sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Vento


Eduarodo, nunca vai poder falar à ninguém
Vivemos no silêncio
Tumular de nossos sentimentos
Alguns apenas sentem demasiado
Isto é errado
O que não indica se é profano ou sagrado
Ora o que se sente transcende o habitual
É arte
Ora converte em espúrio, o banal
É grotesco
Porém, é silêncio que todos temos
Para com todo o outro
Não para com Ele, que tudo conhece
Se crê nisto
Em débeis frases congelamos o pouco
Do sentido que compreendemos
Alguns, com sua estrada, buscam
Fazer uma escada para o sol
Iluminar a tudo consigo
Outros, cavam a terra, em busca de dureza
E de pedra, erguer castelos e famílias
Outro erra, viaja como a água
Espalha continente, de sentimento
Eu, Eduarodo, apenas sou o vento
A brisa que traz algum alento
Alguma primavera
Mas, sou ar, so'vento
O vazio em que me atormento
Pura tempestade tumular
Daquilo que todos não podemos dizer
Daquele que não pôde mais amar.


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Suicidou-se
No copo de água que era sua alma
O inútil perdido na terra do tempo

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