quinta-feira, 18 de abril de 2019

Insônia, Espião, Lanterna inspirada

Insones, suicida
Cada gota que caiu
No mar da tua vida inútil
De um mundo de falatório
De uma gente má com algum outro
De fé e esperança que chamo de amigo
Mas, que no fim, estamos sozinhos
O caminho é solitário de gente
Só Deus é presente
Ai de mim, pensar em expulsar
Mas, duvido de mim
Não mais que em mim
Nesta egolatria alcoólatra
Ídolo do Eu
Subjetivo aparente, insones

Não acordo, pois nunca dormi
Não sorrio, pois pouco me alumina
Não beijo, pois amar é uma lembrança
Já não abandono o barco, este barco
Do negativo
A negação de que posso, virou a droga
De que tenho
Disponho-me como algo possível de ser feliz
No passado
O futuro, me traz pavor
... Já não penso, atuo
Já não ajo, vejo
Não me escuto, estou em silêncio

O suicida abraça em si
O futuro como eterno passado
O fundamental lhe é invisível aos olhos
Duvida poder ouvir Ele efetivamente
Duvida sobre o presente
Como que fosse teoria hipócrita
Da gente hipocondríaca
Atrás de sua porta da alma
Não, o inferno não sou os outros
Débil
É o eu
O arrogante não o vê
O arrogante real, já se perdeu
Eu, aqui no meio
Silencioso
Insone
Suicida
...
São seis horas da manhã, suportei mais uma noite sem sono. Descanso depois, num canto da minha rotina, no abraço que não tenho.
Durmo, vejo o mundo, durmo-o
Insone, na Alma do Mundo

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Expiatório
Atrás da porta, na fresta da janela
O espião avista a pena
Que escreve à linhas retas
O que o Mistério lhe fez por tortas
Arregaça, escritor
Que escrever a teoria é pôr-na linha
Aquilo que é disperso
Fala, cantor de gente
Mas, ajoelhará ao Temor
Ri, só ri criança
Que a risada é a constante
Nos liga a todos nós em todas as fases
Meio maligna, mas honesta
Como o choro jamais será igual
Pois, o choro é rio meandro
Afunda por várias partes
Mas, meu riso, no espanto
Treme o universo do homem
Aquele que acaba nas estrelas
Que não é o nosso
Daquele que ri,
Mas, que também pode chorar

No papel, cai lágrima
Que expia ao espião
Será o riso? Ou o coração?
Da janela, jamais saberemos
Abre a porta o personagem
A pena, jamais para...
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Inspiração, numa inadequação.

Frente fria, numa gente de coração quente.

Lanterna sem bateria, refletindo em espelhos, pra tentar achar qual não o é: bater no verdadeiro, que mostra a terra. A alma do mundo, porém, é única real, topa no meu peito, me puxa aos ouvidos e diz:
-Olha, a linda flor de cerejeira, é linda por você estar aqui e vê-la! Aquieta o peito, que o perfume está aí, fora de você, tenha-se respeito!
Afago a barba, tomo o café quente sem queimar a boca, durmo, no torpor do sabor. O sol daquela manhã é belo, mas agradeço pelo todo, ser bem maior que o mundo.


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