quinta-feira, 27 de junho de 2019

Coração severo, Esqueceu a Liberdade

A severidade no coração
Alimenta de si
Complacente dos outros
Faz do manto celeste

Seus sonhos cadentes
Veste a armadura de um castelo esquecido
Entre ruínas de desejos e fúrias
Um lampejo ainda se faz
Uma mão ainda te firma
Cristo ensina a solidão e sacrifício
Necessários pra ver o outro
Roma caída de senados e plebes
Morrendo nas províncias, invade
Império dentro do coração do homem
Na língua escondida das estátuas
Os césares traficam, sua alma por prata
Eu estive, Estige,
Sobre os rios egípcios, nas areias dos livros
Me livrei da ignorância, frutificando dúvidas
Agora, em ruínas, os anos acumulam
As portas de um coliseu de gente
Acumularam-se nos ônibus e trens
E eu, na estrada rotineira
Impérios, césares e a mão que firma
Terá força pra lutar?

Escreva, veja, severo

Escreva, veja, severo

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O homem que esqueceu o que é liberdade
Permanece na sua prisão
Costumeira, em carne que vê o mundo
Apenas uma rosa, sem flor, cheia de espinhos
E viveu, como um cientista de outros tempos
Em um experimento, chamado vida
Um projeto de filósofo
Um pequeno escritor burguês
Um bom aluno, porém, nunca um professor
Um bom ouvinte, mas, nunca um conselho que preste


Aquele que esqueceu a liberdade
De não ser lido, de arriscar buscar a vitória
De sair pra fora de casa, pela janela
Pois, temia que não lhe dessem bom dia na porta
Viveu trinta anos preso dentro de si
Murmurando palavras, escrevendo versos
Preso, naquilo que chamava de lar
Por, não ter mais memória do que é impossível
Contentou-se, com o imaginável
-Não é possibilidade, se não há mais como tentar!
Me disse o cão-de-guarda, em algum banho de sol

A liberdade é um mal para a cabeça, você a tem
Quando começa a ver as correntes
Quando sente o que não sentiu
Quando dói, mas, ainda assim, você pode voar
Por mares de nuvens tempestuosas
Alguma fênix existirá? Ou será apenas imaginação
Daquele prisioneiro de si, escrevendo em carvão
Achado em algum canto de fogueira
Esquecida, esqueceu-se, de seu coração
Pulsante, preso no peito




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Incompletude daquele que perde-se
Nos montes
À vistas de achar os gigantes
Escondidos sob as capas dos livros
Deve calar-se e amiudar
O tempo sob as barbas de seus anos
Em regresso de força e vitalidade
E buscar guardar o que foi bom
Para transmitir que tentou de bem
Que buscou o bom combate
Que travou, contra os demônios de si
A caça nas sombras
Mesmo sem mão amiga, mesmo calado
O trecho no caminho que jamais cede
Mesmo sendo isolado


Sabedoria sê resposta, mesmo o que não ocorreu, por mais do que me acontecera!

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