quinta-feira, 19 de março de 2020

Ao enfrentar as ideias de uma pessoa viva, um militante pode arcar com seu pior veneno: a sátira ou o simples ato de ser ignorado. Ao escrever a História das gerações ou pessoas já mortas, haverá o ganho da satisfação do desejo por controlar a vida do outro, a trajetória de um mundo - ao qual, em geral, o pareceria alienígena. Seu ato de detratar ou glorificar terá como barreira apenas membros aceitos da tribo, acadêmicos de linguagem técnica com os mesmos cacoetes.
É impossível a neutralidade, pois isto é antinatural, nossa parte da Queda ou mesmo divina (transcendente ao devir, para os não crentes), mas alardear que há a total capacidade de alterar o passado apenas demonstra o nível de canalhice com quem está morto, aqueles que sempre serão excluídos do debate e escrita da História. Um pouco de austeridade é importante e não apenas o sentimento de plena potência adolescente, que se acha um grande amante da literatura e escrita, mas que só teve contatos de autosatisfação em seu quarto.
Abra as portas e janelas, deixe o sol e o vento entrar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário