quarta-feira, 13 de julho de 2011

Chamando um Substituto do Panda #Agentes do Caos

 Era 13 de julho de 1932
 Haviam cabeludos pela rua, outros com as escarificações, alguns com camisas coloridas xadrez, tudo muito estranho, tudo muito esquisito
 As bombas das nações se preparavam e Londres estava chamando à guerra e fazia seus moradores se esconderem em armários -em busca de outros mundos, mais mágicos, talvez-, assim como Berlin, que desejava uma Sociedade Alternativa, de Ferro e Cuspe no diferente, e Moscovo, que vingava seu Domingo Sangrento com mais sangue. Eu, com meu carro pesado e cinzento, ia para a casa da irmã Eleanor...
                       Via os jovens comemoram a Juventude, enquanto, lentamente, perdiam a capacidade de crítica, não só a comum da idade, mas também a Vontade, tudo por uma vida mais estável, mais rotineira, que construísse e não só desejasse mudança... Mas, na Utopia deles, a De Viver Para Sempre, a sua Música ao menos traria de volta a Nostalgia, quando, velho -assim como eu sou-, olharem para trás e não lembrarem de mais nada a não ser uma letra de 3 a 10 minutos, tocada na vitrola em discos de goma-laca...
 A casa era amarela e cheirava naftalina, porém, móveis conservados estavam nela, lá fui eu para dentro da sala, não haviam mordomos e estava com minha Luger na mão direita.
 -Olá, Senhor Vermelho! -Falou a senhora que fumava um grande cachimbo, 70 anos deveria ter, de robe azul, achei estranho, pois não seguia o padrão de vestimento de apresentação da época, mas, relevei isto.
 -Gostaria de pedir uma ajuda, sei quem a senhora é irmã...
 -Como assim senhor, não entendo o que diz...
 -Sei que a senhora conhece um distinto Cavaleiro Antigo, a senhora cuida dele enquanto Eles não acharam uma cura... Gostaria de ter uma conversa com ele. -Falei com ela este pequeno diálogo, logo a senhora ficou pálida e silenciosa.
                               Alguns minutos depois, disse ela:
 -Você viu? Hoje é uma festa muito interessante... Sou de um tempo de brilhantina na cabeça e vestidos floridos... Isto foi antes da Guerra, em uma época engraçada, mas, que esta longe... Em minha memória mais antiga...
 -Você... A senhora, gostaria de retornar a esta época? Se me der a chave de bronze que vi ali, sobre um prego na lareira, posso levá-la
 Uma face silenciosa, entretanto, vi a esperança
 Canos de borracha e um vidrinho verde, seringas no pequeno tubo e o líquido ia correndo para dentro da velha, logo, seus olhos ficaram verdes, ela babou, nas mãos, as chaves caíram e eu peguei
                              Subi as escadas da casa, ouvia músicas lá fora, cada casa de apresentações, cada teatro e clube, assim como "bailes de sociedade", cada segmentado e ouvindo seu som; olhei um pouco pela janela, mas, não sinto nada disto...
 Abro a porta e a luz azul do quarto me revela um senhor de barba negra sobre cobertas; tiro minha pele, revelo minha forma a ele.
 -Olá, Senhor Vermelho! -Diz o Cavaleiro Antigo -Não sabia que você era um rato, senão, teria pedido que a irmã trouxesse um pouco de queijo hoje no café, guardaria com gosto... Inclusive, aonde...
 -Ela esta bem, dormiu em sua Nostalgia, não a matei, não se preocupe, no entanto, penso que ela não voltará. - O homem olhou para a janela, percebi como estava pálido e fraco - Sobre sua colocação para comigo, não sou rato, sou um panda vermelho, evidente que não posso usar minha forma "verdadeira" nas ruas... Mesmo com os jovens bêbados de hoje.
 -Sei que você não tem Coração, Senhor Vermelho... -Disse o fraco ser ainda olhando para a janela
 -Sim, e?
 -Eu sinto isto... Por muito dominei o Coração de tudo o que é vivo e tem sangue... -Ele olhou fixamente para mim- Você não tem nada... Enquanto não tiver isto, não pode considerar Nos vencer...
 -Você é um Agente, não é senhor? Sabe o por quê vim aqui?
 -Sei que você esta procurando alguém para substituí-lo, evidente, que eu não poderia fazer isto, minha doença no sangue e meu desejo por ser um dos Agentes não me deixa em condições... Porém, ainda estou curioso do por quê de sua visita...
 -Você possui uma Pedra, com ela, posso extrair uma fórmula que ajudaria a escolher meu substituto...
 -A Turmalina Negra? Você ainda tem que encon...
 -Já fiz isto, - A face do Cavaleiro Antigo se espanta - porém, para que ela abra, necessito de um som, estas antigas trancas sonoras criadas por Da Vinci necessitam de uma palavra, creio que, seria a única que não descobri de sua vida...
 -Hahahaha! Você não é tão bom assim!
 Logo, ouvi outros vindo, coloquei pequenos sinos na rua, que só disparariam quando mais Deles chegassem. O velho guerreiro percebeu minha agitação e disse:
 -Você tem um pouco daquele líquido verde? O da nostalgia?
 -O nome...
 -A Nostalgia...
 Coloquei em seu café, que por sinal cheirava como azedo, ele bebeu e disse:
 -Obrigado, acho que as vezes precisamos de um pouco disto...
 Não havia tempo, não poderia arrumar confusão ali, não era lógico, no meio de tantas pessoas, que poderiam ser aliados, ou inimigos...
 O velho escreve em um papel, era grego, mas pude entender. Três armados sobem as escadas e eu abro a janela.
 -Até breve, Senhor Vermelho!
 -Adeus, Senhor Sallazar!
 Disse me despedindo e pulei da janela para o telhado, abriram a porta e tentaram me atirar, corri.
 ...
 Corri até me cansar, estava próximo a Estação Norte, peguei o trem, no bolso do paletó -já vestido de humano- vi se a Pedra não tinha caído
 E pela Nostalgia, consegui seguir com a procura de um Substituto; "Continuei pelo que vivemos", interessante preposição que tive sobre este trabalho



 MUSIQUETA DA POSTAGEM

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