terça-feira, 26 de julho de 2011

Num Labirinto de Cubículos em uma terça-feira #Agentes do Caos

 Estou nos meu labirinto de cubículos, nada passa
 Lá estou a escrever coisas sobre minha história
 E o Tempo não muda nos ponteiros de meu relógio digital
 Ele nos engana enquanto passamos o dia na Rotina
 Saio quieto e agachado pelos biombos
 Ouvir a chuva de "tec tecs" que fazem meus "colegas"; lá, por dentro dos ponteiros que teimam em não mudar no meu computador, corro sem que o Grande Irmão me veja, ele se chama Jonas, tem uma máscara de baleia na cara, um cassetete na mão... Tenho que me esconder dele, lá vou eu, por dentro dos biombos, embaixo das pernas de meus colegas -até das suas, você que lê isto, estou aí!-, olho pra dentro das saias de algumas moças, não me enforquem! Sou normal em minha loucura e nas lágrimas
 ...
 Ele me viu! Jonas me vê, enquanto uma ruivinha berra... Ela se chamava Beatrix, acho que poderíamos ter saído... Droga!
 Correndo pelos corredores dos biombos, cães surgem para ajudar Jonas, a Baleia; eram dobermans que sempre me assustaram, mas, fazer o quê? Vivemos pra trabalhar. Indo e indo, vou pelas ruelas e acho a Sala do Café -a Copa-, entro e me deparo com um homem de terno estranho, ele tem a máscara de uma raposa... Ah, não, lembrei, de um Panda Vermelho...
 -Você tem duas escolhas, -Fala ele enquanto bebe o horrível café da máquina -ou você é devorado pelos cães que fiscalizam o seu trabalho nesta Companhia, ou...
 Ele tira uma arma enorme, uma pistola prateada, do terno e pergunta:
 -Sabe usar uma dessas?
 -...
 Não houve tempo, um dos cães entra na sala e agarra ele pelo pescoço, eu corro, confesso: minha coragem é igual ao meu instinto de sobrevivência, não sou herói, sou normal, e quero tentar ir pro meu compromisso... Droga!
 "Acho que ele foi estraçalhado... x(", penso e penso, me arrependo,. porém, corro ainda para as escadas, por dentro do segundo conjunto de biombos que tratam... Bem, não sei do que esta equipe trata, sei que eu nunca vi o que fazíamos... Podem me chamar de alienado, mas, como vou ser alienado se tenho que trabalhar para viver? O que é lazer senão planejar um "trabalho pra você"? Nunca entendi o por quê... Nem agora entendo...
 Cheguei na porta pras escadas, os elevadores são muito perigosos... Sobem e descem e estragam... A Companhia pode controlar eles -eles estão por todas as partes! A Grande Empresa domina tudo!
 A porta esta trancada, vejo que o pessoal me olha dos cubículos, meu amigo Tim poem a cara para fora do seu, me olha com preocupação, antes que eu consiga abrir, um dos cães acerta a cabeça dele e o vejo ali... Caído, preciso chamar uma ambulância!
 -Não, você não vai... -É o homem de terno, sentado na parede do biombo, ele pergunta:
 -Você não pode salvar a si mesmo, como acha que vai salvar alguém, pensando que tudo esta ligado a uma só causa, que tudo é ligado em alguma "força"?
 O cão pula, ele vai morrer, D'NOVO; não, o cara com máscara tira a mesma arma prateada e estoura a cabeça do cão
 -Nunca caia na mesma coisa amigo, isto é uma Ciência!
 Ele dá um chute na porta e fala:
 -Suba! Vá para o alto e avante... Tem uma amiga minha lá... Ela vai fazer uma pergunta e se você responder errado, bem, ela é uma mulher de peso...
 Subi, ou vi estrondos, um grito de baleia... Será? Só pensava que ainda não entendi o que ele quis dizer com a tal da "força"
 Dez andares, minha batata frita de cada dia fez efeito, estava quase morto... Abri a porta e dei de cara com uma gigantes gorda verde e estranha criatura...
 -Olá verme! -Me disse ela... Estava com tanto medo que nem pude lhe perguntar mais nada
 -...
 -Vou te comer idiota! Fale algo!
 Engoli seco... "-Deixe ele Gioconda!", ouvi uma voz doce, olhei e era um anjo... Não, eu não acredito em nada fora do chão, nem sobre o céu, porém, era uma garota de uns vinte e poucos anos, pequena e bochechuda, cabelos pretos e roupas brancas, e tinha asas... Asas de metal, por isto, era um anjo... UM ANJO!
 -Pergunte logo... -Disse ela
 -Você quer ajuda para sair daí?
 Minha face de incompreensão fez ela se irritar... Ela olhou para a pequena na sacada e repetiu:
 -Da sua vida, você pode ter coragem de mudar sua rotina e criar uma para si... Parando de ser um verme que culpa os outros?
 -.........
           Eu não sabia o que falar...
 Como não culpar alguém? Como admitir que minha vida pode ser ruim porque eu deixei ela assim e não uma "Força Externa", não, foi a Companhia... Isto deve ser coisa deles!
  Tomei coragem, olhei para a bela moça... Pra gorda lagartona... Suava e minha camisa tinha manchas de café e suor...
 Fiz o que qualquer um faria:
 -Não, eu não posso e...
 -Leve-o! -Disse a mulher grande
 Sorri, a anja me levaria... Eu não tive coragem, talvez eu possa voltar a minha vidinha, ou viver uma aventura, ou...
 Ela me agarra pelos braços e logo começo a ser levado pro alto, estou voando, estou indo em algo ótimo, sinto o vento na minha face
 -Pra onde vamos? -Pergunto sorrindo, imaginando motéis e explosões de champanhe Supernova...
 -Eu sou sua Morte, tolinho
 ...
 O ar em minha face, vou mergulhando, mergulhando, o vento da Queda seca minhas roupas, estou indo, indo...
 Mergulho no mar, como um caixão de madeira caindo faço o mesmo som
                                 *
 -Ele não quis?
 -Não, não quis agora... -Responde o monstro verde, Gioconda, ao amigo Panda Vermelho, que estava com o terno cheio de sangue e um cassete na mão...
 -Achei que ele aceitaria... -Diz a anja, de nome Karmem; os três observam a ambulância chegar do alto do prédio da Companhia de Lâmpadas Ideia.
 -Talvez, ele tenha que dormir por uns mil anos... Ao menos, ele era um Agente do Caos engraçado...
 -Hm, seu humor sempre me surpreende Panda -Diz Gioconda, em sorriso com dentes amarelos
 -Sabe, as vezes queria ter uma rotina como eles...
 -Como assim Karmem?
 -Bem, em que rotina você pode correr de lobos em um prédio e cair de vinte e quatro andares quebrando apenas o pé?
 Os três riram, na morbidade de uma rotina irônica



MUSIQUETA DA POSTAGEM

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