sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Chorando Palhaços Tristes 3 #Panda Vermelho


Volta seus olhos para a Mansão de Suboshi:  a pequena jovem GG, ela vai nas costas de Máquina-Bagre que, enquanto se transforma em uma forma metálica, abre turbinas nos pés. Eles voam juntos para o alto da montanha...
 Enquanto isto, apenas a cabeça do Panda está para fora do feitiço de selos que o prendeu em madeira petrificada.  Ele lançara algo com os olhos, que dera uma onda de choque, porém, Miboshi nada sofreu e se levantando, depois de um tempo desacordado:
 -O que fez, Mago? – Pegunta o ainda tonto filho do clã Suboshi.
 -Existem coisas que um filho de um Mundo Só não sabe meu caro...
 -Ora, o que, Mago?
 -Que existem outros mundo... E que amigos são importantes as vezes, mesmo que longe...
 -Estranho, - diz com tom mais sério Miboshi – na hora de morrer um assassino falar isto!
 E, logo, as turbinas são escutadas, explode uma parede da muralha o enorme Peixe: a Máquina-Bagre! Ele atinge o inimigo e o carrega para fora da cena; nisto, GG salta e se encontra em frente ao Mago:
 -Olá! Lembra-se de mim, Senhor?
 -Ora, minha última discípula... A pequena máquina humana criada por Númeno, aquela que só conheço por GG... O que faz aqui? – Sorri o ser, sendo irônico.
 -Mas, foi o Senhor que me chamou... Eu fui trazida por uma fumaça vermelha, apareci numa caverna e, quando saio, vejo o Sr. Peixe lutando com uma monstra... Ela tá morta, já ajudei ele! –Sorri a garota.
 -GG, sei disto... –Estranhamente, o Panda sorri ao ver a inocência da máquina – Bem, me tire daqui, precisamos tentar me libertar!
 -Sim, Senhor!
 Só que o tempo não está com eles, pois, explode uma parede a mais e aparece o Bagre metralhando e Miboshi desviando. GG leva o Panda para dentro de um puxandinho que guardava um jardim belo. Diz para o Panda:
 -Calma, Mestre! Não permitirei que você morra!
 -GG... Eu estou morrendo, quando ficar preso nesta casca nada haverá... Você deve ouvir bem! Escute-me!
 A menina parecia sem o sorriso habitual, olhava para fora, entre tábuas de madeira, para ver se via o que ocorria na batalha.
 - ...Você deve contatar outros seres... Outros que são iguais a mim e...
 -Senhor, - Disse a máquina – se um dia puder, gostaria de ser uma pessoa de carne e ossos!
 -O quê?
- E, bem, acho que as máquinas não podem chorar, nem sorrir, nem beijar... E já vi muitos que eram de carne assim: máquinas... Bem, só gostaria de um dia ter sido de carne pra ver se ia acabar assim também, novamente dura como metal...
 E o Mestre Panda olhou com o que lhe restava de face para GG, uma simples máquina. Nada sabia o que falar sobre isto.
 - Hahahahah – Ria a moça – O senhor parece um palhaço, com estas manchas brancas e cara vermelha...
 Sem jeito, o Panda apenas sorri, algo que pouco fazia, desconcertado... Nisto, ouve-se uma explosão que começa a partir o puxadinho. É carregado por GG para fora do quarto e encontram o enorme Máquina-Bagre. Ele está com um papel retangular de selo, com o pé na sua cabeça, o último filho de Suboshi ri.
 A menina joga o Panda para trás e solta sua arma para combater o vilão, pula para cima dele tentando acertá-lo com a espada, Miboshi desvia e a acerta com um selo na testa. Ela olha vesta para o papel e o rasga. Continua a atacar.
 -O quê?!! – Diz o inimigo
-Ela é uma máquina, Miboshi... Apenas isto! –Diz com o restante das forças, o Panda.
 -ORAS! –Grita o filho de Suboshi, desviando dos ataques da menina com sua grande espada – Então, terei de acabar com isto de outro jeito!
 Com um golpe certeiro, Miboshi parte a espada da menina, com outro, perfura seu peito. Sua mão a atravessa:
 -Vê? Robô tolo! Eu sou o filho Amado de Suboshi! Nem você pode me deter e...
          ... Logo, os cabos que formavam GG vão se agarrando no braço de Miboshi. Ele vai tentando se libertar, não consegue, tenta acertar o braço na cabeça da robô, com o outra mão ela o segura... O desespero do ser vai aumentado, batendo com cabeçadas e chutes, mais e mais fios vão surgindo e agarrando o Mestre do Silêncio, que grita e grita.
 -Hey, Novo mestre... – Fala o resto de GG
 -Sim, menina...
 -Foi bom ter convivido com o senhor... É lenda...  Mesmo que apenas uma vez – E ela sorri, com o resto de cara... Sai correndo, levando o maldito Miboshi, que berra e berra. Uma luz pisca dos seus olhos vivos....
              Há um penhasco próximo, que dá para um deserto.
 Ela salta e se vai. Explodindo em uma luz amarela e roxa, como seus cabelos e tênis, fios e Miboshi. Uma jovem mecânica-robótica de dezessete pra dezoito, acho... Agora nada mais que: pedaços de máquina.


  Por um instante, lágrimas caem... Apenas um instante.
               “Lágrimas de um palhaço triste”
 A frase vem subindo pela cabeça do “Lendário Panda”, ao qual vai caminhando para uma sala no centro de todo o complexo. Os pedaços de madeira vão caindo enquanto anda e há fumaça ao longe. A frase ressoa em sua cabeça, sem parar, sem ir, sem ficar de vez, apenas, indo.
  Vê um jardim florido e uma árvore enorme, nela, um meio-homem velho se agarra à armadura e chora, chora e chora... Ele se liga a árvore e tem a pele dela.
 Mas, não são lágrimas de alguém que perdeu alguém, mas, algo. Ainda que as coisas pareçam as mesmas, algos não te deixam esperando num telefone a discar um número de alguém que nunca mais vai retornar a ligação. Uma ligação... Isto era algo que a pequena adolescente GG havia dispertado no Panda... No entanto, não aquela árvore velha, não o velho que ali estava enterrado-vivo, um metavivo... Ele era algo que daria poder, a qualquer custo... Talvez.
 -Suboshi.
-Hã? Hã! – A coisa apenas gruni. E no meio de sua testa abriu-se um olho fantasmagórigo, com um círculo cinzento dentro de pálpebras vermelhas.
-Vi... –Gruniu a coisa – Vi a tua chegada... O Olho de Warana vê tudo!
 -Um “olho previsor”? –Olhou com cara de descrédito para a coisa o Panda, ela apenas gruniu mais uma vez  - Você mudou teus filhos para monstros, você deu isto a eles confiando no tal “Olho-de-Warana” ao qual você viu o futuro e... E não pôde saber que não havia futuro? Não para você?!
 O Panda se aproximou e tentou pegar a armadura em que a árvore-Suboshi se agarrava, esmagou seus galhos que expeliam sangue, mas, mesmo assim não largava. Então, o Panda vira-se e com a mão na boca faz uma corneta, ao qual expeliu fogo que se misturara com as lágrimas do velho e sua madeira. Queimou então, carregada com outras lágrimas, de um palhaço, um guerreiro triste... E o fogo consumiu a velha árvore, mas, não a Armadura do Clã, não o tesouro... Este, permanecia vivo, ainda em pé.
 O Panda vai até o altar em que estava a coisa e coloca-a no corpo, pois ainda estava apenas com o short preto e branco – suas roupas de baixo. A Armadura de Suboshi é dele, ele agora começa a ler seus segredos... Vê tudo que o velho Suboshi viu e aprendeu: o Panda mais uma vez destruiu e obteve o poder do derrotado...
         Mas, há o vazio. Algo que ele fora derrotado. Ele narra:
 No deserto, no fundo do precipício nas proximidades da Mansão Suboshi é que isto acaba... Ando pelas areias e lá, perdido em cheio de algum cheiro de óleo e carne queimada. No sóis escaldantes, depois de um monte de pedras, é lá que encontro uma cabeça robótica, cercada de destroços... Uma lembrança que não pode morrer neste palhaço...
 Com um feitiço, evoca em sua barriga uma criatura: Goobo, o Devorador, este, só é uma enorme boca no ventre do Panda e que o deixa com olhos inteiramente verdes... As mãos do mago jogam a cabeça robô para dentro e se fecha o feitiço... O Panda digere a pequena GG, como uma lembrança, algo de bom que talvez ainda houvesse nele. Talvez, crescendo de novo, talvez, não só lembrança.

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