sábado, 30 de setembro de 2017

Uma dança

Com seus gestos finos, ela atravessa
A gente, toda ela
Com pequenos passos em
Pequenos pés
Ela chega até mim, com uma tulipa no cabelo
E vestido carmim
Principessa da última noite,
Havia uma sombra ali no umbral
Quieta, silenciosa, enquanto nós dançávamos naquele
Carnaval
De máscaras, samba e calor
Não havia mais nada em mim
Que não fosse ela
Nem eu, que não fosse nós
Havia algo naqueles campos de gentes
Naquela festa infernal
O pecado morava ao lado, mas eu era seu vizinho
Elegantemente, nós rodopiávamos passos de dança
Pelo salão do bloco de rua
Havia algo naquele mundo de desconhecidos
E eu não sabia seu nome
Nem ela o meu
Adeus, minha bela dama
Jamais dancei
Como naquela noite


Nenhum comentário:

Postar um comentário