domingo, 15 de maio de 2011

O Panda Vermelho: Vermelho Sangue

 "Monte Kailash, quatro lados, orientados pela bússola, lá deve encontrar o que procura!"
 Segui as pistas, fui subindo as vielas mortas entre as montanhas tibetanas, a cadeia se ergue por muitos quilômetros, porém é ali, neste monte, que devo encontrar o "eixo do mundo"... Minha razão de existir é descobrir sobre um antigo mestre meu, um Panda Vermelho... Lá, no topo da morada de deus, escalei, me escondendo dos crentes que ficariam ofendidos por eu tentar realizar minha crença; é normal, defendemos o que cremos.
 Em um entroncamento, próximo a nascente de um dos quatro rios que saem desta montanha... Lá esta, numa simples caixa de madeira, na vista de todos, a história de Panda Vermelho... Abri, esta em língua antiga da China, posso lê-la... Conta que:
 "Nos tempos em que os grandes generais pereciam nas mãos dos khans, um dos seus generais, um dos mais lembrados, forte e poderoso, existia ali, seu nome era Pahãra [a Montanha em hindu], mortal e vil, suas mãos trouxeram a morte para muitos dos nossos, ele vinha do Sul, do Ganges, seu nome e sua fama eram de lá, assim como de seu rival, Lãla [o Vermelho], diferiam como água se difere em essência da terra, porém, trabalhavam juntos por uma coexistência do mundo, assim como os elementos, eles eram o do Exército do Khan, o Primeiro, nele estavam desde a morte deste e da vida do filho, o Segundo, que vencera as Muralhas que colocamos ao Norte, estavam em nossas portas a Cidade Sagrada cairia sobre as mãos deles, eu vi isto quase acontecer, por jogo do destino, nada houve
 Toda esta graça nos foi dada por um antigo erro que muitos destes ditos "novos senhores" se dão a fazer, eles presumiram que venceriam o Grande Panda da Montanha, aquele que vive na Cordilheira do Céu, guardado por uma montanha de bambus, dais quais forja espadas que vertem em mil direções!
 Mas, antes de prosseguir, com o relato da derrota dos generais Khans, parto para contar nossa humilhante derrota na cidade de Baotou, nas margens do rio Amarelo, lá, onde a água brilha ao lodo, as espadas soaram e os combates começaram. Dois dias de batalha e nossas tropas não caíram, sobre as mãos do imortal Léi Bì [Braço de Trovão] nós resistimos! Ele invocara as forças de duas montanhas, desviou rios, suas espada cantante cortava até o espírito de nossos atacantes, fazendo deles, descarnados do ciclo de vida e morte!
 Mas, eis que da neblina do terceiro dia, cai sobre as tropas as forças de ninguém menos que Lãla, todos os nossos se assustam, nunca viram tal demônio! Em sua face, um urso vermelho residia, coberto de pelos e com espada ecoante, barrou o avanço de nossos dois mil de infantaria apenas com quinhentos cavaleiros! Usou terreno e trincheiras, assustou vários de nossos comandantes -menos Léi Bì-, pois fez disto boa coisa para suas montarias, corriam eles pelos vãos e cortavam todos os nossos, pulavam por rampas e começavam massacres: perdemos mil e quinhentos nisto, eles, pouco mais de cem!
 Depois, vieram muitos mais, o próprio Khan vinha para aquelas paragens, com ele, o segundo general, A Montanha Pahãra, muitos soldados vinham para lá... Apenas Léi Bì acreditou na vitória depois daquele dia! Como foi com vontade! Derrubaram, num combate até o meio dia, quase todas as forças do general Lãla, o momento e a força dos dois era tão grande, que apenas os dois, de um grupo de centenas, ficara, num círculo do corpos, os dois desembainharam as espadas por uma ultima vez, combateram como deuses, uma lenda contra o mal, Léi Bì cortou Lãla, ele caiu, numa trincheira
 Era último golpe, respiração do vento respirava com nosso mestre! Ele pulou, e de sua espada raios saíram! Golpeou o demônio na face! Qual foi a surpresa, este se levantou, segurando pelas presas a arma, jogou o Imortal na água do rio Amarelo, moveu a mão e, com diabrura, subjulgou rocha enorme e lançou!
 Nosso herói, moveu também e, com as Forças do Bem e Virtude, da Terra tirou o equilíbrio: jato d'água lançou e feriu o ataque, destruindo-o!
 O Monstro caiu por cima dele, deferiu ataque com o peso de sua pata, o imortal desvia e dá-lhe um chute, fica em posição e abre seus braços, conjura a força do Universo, uma mão toca a outra e faixas de pano de suas mãos se soltam, elas estão com escritos sagrados, antigos e belos!
 Na luz o raio de sol que desviam, feixe azul é produzido, o demônio se vê sendo queimado pela luz, ele então conjura, já com seu corpo quase em cinza, uma luz vermelha, a conjuração equilibra as forças de Léi Bì, com feixe supremo, supera o nosso imortal
 A terra chora, os céus se fundem em lágrimas, o demônio Lãla, poderosíssimo, agarra um dos sutras, ele o aprende, numa energia descomunal, brilha e golpeia o Mestre, ele cai, e derrotado, sem forças, aceita morte honrosa
 Nosso coração chora com ele, pois a espada do demônio Lãla corta sua cabeça, não há mais esperança..."
 ...
 Encontrei esta parte da história, a parte da fúria, agora é só achar o resto. Sim, ao que parece meu Mestre nunca teve um nome, Lãla... Assim o chamavam, Vermelho, o Panda Vermelho, no caso, Vermelho Sangue.
 Agora, é ir pro outro lado, no outro rio... Ouço sirenes, talvez me descobriram, não sei se poderei contar mais!


 MUSIQUETA DA POSTAGEM

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