domingo, 15 de abril de 2018

Fragmentos de domingo 19

Pois, a chuva está vindo, meu amor
e eu já não temo mais ficar molhado
perto de você, má amie
apenas a giro das tempestades e as órbitas
de planetas em mundos sombrios,
dos globos oculares
do peso dos corpos
e aquela escuridão torna-se
doce
e aquele fingimento
sadio
só que eu não estou na chuva
estou estranho
um estranho na perdição de si
Um estranho antes da chuva

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"Há uma tendência a dificultar tudo"


Sonhos, abraços e beijos
Coisas agradáveis são difíceis,
Coisas mais sinceras
As aventuras são difíceis
A intolerância, a ignorância e estupidez
Gratuitas
Ainda assim, o tudo pode ser belo, estimulante
Ainda que minha vida esteja cinza
Parca
Perdida
Em algum momento ela estava lá
Viva.
Mas, a vejo agora numa vitrine
Um pedra perdida
Em si mesma
Alguns momentos ela ressurge, ela voa
E por estas linhas que você lê
E eu escrevo
Algo nasce em algum rio
Algo corre entre uma nascente e algum delta do engasgo
Por aí
Algo corre
O tempo escapa pelas mãos
E tudo fica difícil


A aventura se cala
A vitrine se despedaça
E eu já não sei quem olha no espelho
E quem já foi olhado


Olha, uma pequena luz
Perdida em algum lugar
Belo, estimulante e moral
Apenas sentimentos de um desocupado bardo

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Escondi uma pérola aos porcos
Aos poucos
Era um deles



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